the hands show the way of the heart

# Dia 241

| On
January 24, 2011



{Julia Toro}

Sábado.
Primeiro dia de mutirão na Comunidade do Mangue Seco.

A Natasha tinha-me pedido para me envolver no grupo socio-económico e ajudar a desenvolver a marca da cooperativa de artesãs. Juntei-me a esse grupo de forma renitente, já que mão-na-massa não significa fazer coisas em que somos mais competentes ou talentosos, mas sobretudo, ir para onde a vontade puxa.

E não seguir o meu desejo de me juntar ao grupo socio-ambiental foi-se revelando, ao longo do dia, bastante difícil.

Explicando...

O plano do dia era desenvolver uma marca, um blog e fomentar alguns workshops que visavam a partilha de conhecimentos... nossos e da comunidade.
Fomos bater à porta de cada uma das mulheres interessadas no projecto. Organizámos com algumas delas uma reunião. Acordámos alguns nomes para a associação. Fizemos um mini-estudo de mercado para ter um nome final. Distribuímos tarefas. Começámos o blog. Tentámos motivar as pessoas para participarem nos workshops e começarem assim a entender o caminho criativo que queriam seguir. E, quando demos por isso, as mulheres tinham desaparecido e os nossos workshops só tinham crianças.

Nunca me tinha acontecido estar a trabalhar com clientes cuja vontade de ter um produto final é absolutamente nula.
Parece-me, agora que penso nisso, que isso se deve talvez a um descrédito nelas mesmas e naquilo que o futuro lhes reserva. Mas para mim, que me apetecia era fazer algum trabalho braçal e pôr o cérebro em formol durante estes dois dias, foi uma experiência absolutamente desesperante... ver o desânimo dos meus colegas de grupo, aperceber-me da falta de compromisso e de empenho das pessoas da comunidade, ter durante todo o dia o sentimento de não entender exactamente o que estava ali a fazer... foi muito frustrante.

Sei sobre mim mesma uma coisa entre muitas.
Gosto de sentir que aquilo que faço gera algo material, gera um impacto e emoções.
Gosto de construir coisas com as minhas mãos e com a minha imaginação.
Gosto de conseguir ver, no final do dia, produção... trabalho... coisas.

Não fiz nada disso. E apesar de no final do dia termos conseguido encontrar-nos com as mulheres e conversar com elas seriamente sobre "futuro", não gosto nada de sentir que estou a forçar ou a influenciar as pessoas para algo. Eu acredito na responsabilidade. Acredito no poder que cada um tem dentro de si para fazer coisas acontecer. Acredito na acção.
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